1 de mar. de 2010

Aumenta contratação e atribuições do profissional de Marketing

Mercado busca perfil multitarefa, jovem, capaz de acumular funções e rapidez na tomada de decisão
Os últimos três meses foram de aumento de até 60% no número de contratações de profissionais de Marketing em comparação com 2008, antes da crise que afetou em cheio os departamentos de Marketing das empresas no Brasil. Durante a recessão, as empresas trabalharam duro para amenizar os efeitos do colapso econômico que não só abalou a estrutura de grandes corporações, como também exigiu profissionais mais qualificados.Em um cenário pós-crise, as empresas vêm apostando em profissionais multitarefa. O mercado busca por um perfil versátil e que conheça em profundidade o campo em que pretende atuar. É necessário ter uma visão completa da área para propor as ações necessárias, não deixar escapar pontos importantes e mostrar os resultados que a empresa quer ver. Vale lembrar que o conhecimento das diversas áreas de negócios e a habilidade de comunicação, vistos como diferenciais há alguns anos, são essenciais hoje em dia para tentar qualquer vaga dentro de um segmento onde competição é a palavra-chave. A demanda por um profissional capaz de acumular múltiplas funções aumentou. “Um profissional bem preparado é o que toda empresa busca. Se ele demonstrar domínio, souber do que está falando, com certeza ganhará um ponto a mais na hora de os gestores optarem por um em detrimento do outro”, analisa Rodrigo Soares, Gerente da divisão Sales e Marketing da Hays, empresa multinacional de recrutamento e seleção, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Empresas mais exigentes nas contratações
As empresas têm ficado cada vez mais criteriosas nas admissões, pois querem ter certeza de que estão trazendo para o seu time profissionais flexíveis e bem preparados. “Elas exigem do candidato dinamismo e uma ambição positiva. E esse perfil começou a ser mais procurado depois do colapso que afetou o mundo inteiro no final de 2008. Até hoje, mesmo depois de essa turbulência ter acalmado, as empresas continuam buscando as mesmas características comportamentais”, resume Adriana Cambiaghi, gerente da divisão de Marketing e Vendas da Robert Half.“No período de crise, a capacidade de resiliência não é uma questão que todos (os candidatos) estão aptos a desenvolver. Isso é percebido na hora da seleção. O profissional que as empresas buscam tem de demonstrar atitude diante das situações, precisa tomar iniciativa quando o mercado está aquecido. Ele também tem de ser empreendedor, ter a capacidade de plantar, desenvolver e colher resultados”, explica Rodrigo, da Hays.Houve abertura de novas vagas principalmente nos mercados de bens de consumo, imobiliário, óleo e gás, tecnologia e agronegócio, tanto em nível operacional, quanto de alta gerência. “O candidato precisa de demonstrar que é um profissional antenado. Vagas não faltam, mas, para ocupá-las, é necessário que o profissional desenvolva uma capacidade analítica de entendimento rápido. Os gestores querem ver energia e brilho nos olhos”, resume Danielle Martins, consultora de Marketing e Vendas da PagePersonnel, empresa multinacional especializada em recrutamento, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Menos profissionais, mais funções
O perfil dos candidatos procurados pelas empresas também sofreu modificações. Em um momento de crise, a busca era por profissionais maduros, que mantivessem o foco em controle e análise. Já no atual cenário de retomada do crescimento econômico, a procura é por profissionais mais jovens, com foco em resultado e que se envolvam em um maior número de projetos. Embora as contratações estejam aumentando, as empresas preferem optar por um profissional capaz de acumular funções do que criar diversos postos de trabalho. Inteligência de mercado, eventos e campanhas de incentivo, por exemplo, que antes eram atribuições diferentes, agora passam às mãos de uma só pessoa. “Houve uma reformulação de estruturas em 2009. Ainda há receio de muitos investimentos. Na última seleção que fiz para um cargo de Supervisor de Marketing, o candidato selecionado teria de acumular quatro funções, que antes eram feitas por, pelo menos, três profissionais. A tendência é essa, analisa Adriana”.
Gabriella Coutinho, do Mundo do Marketing

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