Falar sobre inovação se tornou um mantra nas empresas e, ao mesmo tempo, na maioria das vezes, um discurso vazio. As companhias estimulam seus funcionários a terem novas ideias, mas faz isso sem estabelecer um foco, um direcionamento. Como resultado, surgem muitas novidades inúteis e pouca inovação de verdade.
Inovar é criar um novo produto, um novo serviço, melhora-los, que faça com que os atuais clientes comprem mais ou que traga novos clientes para a marca; ou adotar um novo processo que gere mais vendas, ou mais economia; ou fazer qualquer outra coisa que produza grana nova. Pesquisa apresentada no congresso de varejo BR Week 2015, denominada Meaningful Brands, mostra que a maioria dos consumidores não se importaria se mais de 73% das marcas simplesmente deixassem de existir.
O resultado nos convida a refletir dois pontos importantes: falta de fidelidade do consumidor, especialmente do segmento jovem e a desprezível importância das marcas na vida dos clientes. O consumidor mostra-se disposto a experimentar marcas e produtos novos e têm diversas necessidades ainda não percebidas e não atendidas.
O mercado pede por produtos e serviços novos que muitas vezes nem sabem que precisam. Basta serem criados que serão consumidos, pode-se destacar o aplicativo Uber, para chamar táxis como exemplo de que mercados consolidados podem mudar radicalmente, do dia para a noite, a partir de uma inovação.
Uma inovação não precisa provocar grandes mudanças, mas devem ter como premissa a conquista e manutenção de clientes e a geração de novas receitas . O grande desafio é definir como fazer isso em um mercado onde as empresas estão cada vez mais parecidas e a briga por preços competitivos é fator decisivo.
A busca por inovação é motivada, porque as empresas precisam acompanhar as mudanças dos consumidores e dos seus mercados. Elas precisam encontrar meios de gerar novos negócios rentáveis, quanto aos que já existem.
Para o varejo que pouco cresce, e precisa buscar caminhos para conseguir rentabilizar, além do mercantil é desafio master. Neste momento os gestores do pequeno e médio varejo indagam, não tenho um grande time, nem recursos e nem uma base tecnológica forte para inovar.
Para inovar não necessita de um grande time, nem recursos vultosos e tampouco tecnologia de primeira linha. Inovação nada mais é do que fazer o que é preciso de um jeito diferente . A cada novo ciclo as empresas buscam fazer suas atividades de maneira mais rápida, barata em menos etapas, diferente e com reduções de recursos. Isso é inovação.
A inovação não está atrelada aos recursos que a empresa possui, mas sim como ela utiliza o que tem para criar novos padrões. Para o varejo que precisa de respostas imediatas, para acompanhar a velocidade do mercado inovar é preciso. É investimento de longo prazo.
Inovar obriga a mudar profundamente a atitude cultural da organização e principalmente abrir mão de controle, é possível inovar quando a diretoria percebe a importância da inovação para o futuro da empresa.
Quais as premissas básicas para uma empresa inovar?
Em primeira mão, conhecer a empresa, entender seu perfil, sua cultura, para onde quer ir e quais os riscos de mudar. No segundo momento, identificar as demandas e oportunidades do mercado e entender onde é possível mudar.
Feito isso, criar uma diretriz para as ações inovadoras, compreender que inovação é investimento de longo prazo e requer tempo. Crie metodologias para coletar ideias, analisa-las e testá-las. Atenção! Não há inovação sem erro, não crie uma cultura de caça as bruxas, essa pratica inibirá a criação de novas ideias.
Para finalizar, estabeleça limites, perdas de recursos no processo serão inevitáveis, criar mecanismos para que elas não afundem a empresa. Verificar até onde pode ir com a experimentação e criar indicadores para mensurar os resultados são imprescindíveis.
É importante ressaltar um grande mito da inovação que é caro e complexo, de forma alguma a empresa precisa muito mais de disposição e disciplina, do que recursos. (Publicado no Jornal de Piracicaba em 06/04/2016, Opinião A3)
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