Antonio
Carlos Giuliani
O marketing desempenha um papel importante e onipresente na
área de saúde. É conhecido os esforços de marketing da indústria
farmacêutica e de equipamentos médicos para vender seus produtos e serviços. O que dizer de hospitais, casas de repouso,
consultórios médicos, cooperativas médicas
de grupo, centros de reabilitação e outras organizações de saúde?
Nos Estados Unidos o marketing nos serviços de saúde vem sendo utilizado desde
1970, no Brasil mais recente, seu uso acentua-se no inicio de 1990. Muitos dos
participantes do setor de saúde estão tentando resolver seus problemas, por
meio da utilização de ferramentas e conceitos de marketing.
Os profissionais que já trabalham na área de
saúde podem reconhecer a importância e amplitude da aplicação do
marketing. A American Marketing Association dá a seguinte definição: “Marketing
é uma função organizacional e um conjunto de processos para criar, comunicar e
fornecer valor para clientes e para gerenciar as relações com cliente, de modo
que beneficiem a organização e os principais envolvidos”.
Existem opiniões diferentes a respeito do propósito do
marketing. Uma delas pode ser chamada de
visão de transação, sua meta é realizar
a venda. O foco está em usar técnicas
de vendas e de publicidade para vender mais, ou seja, fazer o possível para estimular uma transação. A outra pode ser
chamada de visão de satisfação e construção de relacionamento com o cliente. Aqui se
prioriza o cliente e menos o produto ou serviço especifico.
O profissional de marketing visa a servir o cliente de modo
que ele fique satisfeito, e volte em
busca de mais serviços ou produtos,
espera-se que a satisfação seja suficientemente alta, para que o cliente
recomende o fornecedor a outras pessoas. Por exemplo, um médico com excelente
reputação irá atrair muitos pacientes novos em decorrência da recomendação boca
a boca. Além disso, os pacientes diante de novas necessidades e problemas
médicos voltarão ao mesmo médico em busca de tratamento e orientação.
Muitos profissionais de marketing questionam o uso de termos como consumidor e paciente. A
visão tradicional de um consumidor ou de
um paciente é a de alguém que está
consumindo algo passivamente, mas os consumidores de hoje também são
produtores. No que se refere aos
produtos e serviços de saúde, eles estão enviando ativamente mensagens sobre
suas experiências, criando novos usos,
levando a seus médicos informações que
encontraram na internet, e em
outros recursos e se associando para obter mais e melhores benefícios.
As organizações de saúde que compreendem o verdadeiro
significado do marketing, não associando somente a venda e publicidade, já passaram a adotá-lo sobre a
ótica do criar um relacionamento de longo prazo, de confiança e de valor com os
clientes, o que significa levar toda a
organização a pensar sobre os clientes,
e a servir a eles e
a seus interesses.
Os hospitais que já construíram uma ampla cultura de marketing, terão melhor desempenho do
que aqueles que pensam simplesmente
que estão vendendo consultas,
exames e
serviços, um por vez. Precisamos
entender o objetivo do marketing,
como criar, comunicar e fornecer valor a
um mercado, alvo de modo lucrativo.
Mesmo que essa organização de saúde é sem fins lucrativos,
precisa gerar receitas
além das despesas a fim de prosseguir em sua missão caritativa.
Criar valor, refere-se a desenvolver um produto
excelente a um preço adequado. Se uma
casa de repouso decide servir a um mercado de alto poder aquisitivo,
ela deve criar, comunicar e fornecer o
valor esperado por famílias de alto poder
aquisitivo, e o preço dos
serviços deve ser alto o bastante para cobrir os custos extras
de instalações e serviços de melhor qualidade.
O marketing aplicado a saúde, deve desempenhar um papel para
criar, comunicar e fornecer valor a seus respectivos mercados, priorizando o
cliente e o relacionamento. Ressalta-se a importância das técnicas de pesquisa de mercado, design de produto, distribuição,
determinação de preços, publicidade, promoção de vendas, administração
de vendas complementadas com outras, que emergiram das novas tecnologias e de novos conceitos
para atingir e servir os clientes.
O bom marketing
aplicado para a área de saúde, requer dirigir ações centradas no paciente não como um mero programa, mas,
como estilo de vida. Fazer o melhor para os pacientes significa, analisar continuamente o que pode ser feito melhor e de que forma. Sempre haverá itens a melhorar.
Antonio Carlos Giuliani: professor e coordenador
dos cursos de Mestrado Profissional e Doutorado em Administração e MBA em
Marketing e Negociação. - UNIMEP. E-mail: giuliani.marketing@uol.com.br
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