29 de mai. de 2015

Governança Corporativa é hora de crescer

O atual momento econômico reforça a necessidade de controles, da busca por eficiência, do desenvolvimento de novas estratégias e de um planejamento para estruturar as empresas no médio e longo prazo. Como já aconteceu em outros momentos de crise, quem superar este momento sairá muito mais forte.
As empresas que têm demonstrado força e tiveram resultados acima da média em 2014 são aquelas que, no passado, perceberam a importância da governança corporativa para estruturar as operações e para captar recursos mais baratos no mercado. Desenvolver um conselho de administração, ser transparente nos balanços e mostrar ao mercado sua saúde financeira, são excelentes passos para colocar sua empresa no radar de fundos de investimento e, num momento adiante, abrir capital.
O maior varejista do País, o Grupo Pão de Açúcar, aumentou seus lucros líquidos em 20% no ano passado, chegando a R$ 2,08 bilhões.
A Magazine Luiza, uma das maiores redes de  eletroeletrônicos, viu seu lucro liquido ajustado crescer 81.8%, para R$ 128,6 milhões. A Raia Drogasil, uma das maiores redes de farmácias, não ficou atrás, e  aumentou o lucro líquido em 53,8% para R$ 270,4 milhões segundo dados Novarejo 2015. E nenhuma delas pretende desacelerar por conta das projeções pessimistas.
O cenário atual é bem diferente do apresentado nos últimos anos. O setor teve sua década de ouro, a partir dos anos 2000, quando a classe média ganhou novos entrantes. Some isso ao aumento real da renda, crédito fácil, queda dos juros e incentivos do governo ao consumo, e o resultado foi um crescimento chinês.
O que presenciamos agora, são agentes  econômicos respirando fundo, diante de uma situação que é resultado das políticas que, fizeram o País crescer sobre uma base frágil. Pode-se afirmar que não vamos manter os mesmos níveis de crescimento de consumo de antes. Mas, isso não significa que é momento para cruzar os braços.

A década de 80 trouxe muito aprendizado e a capacidade de lidar com uma economia complexa. Depois de sobreviver naquele cenário adverso, hoje para muitos gestores é fichinha. Tirando os dez maiores varejistas do Brasil, todos os outros têm  um porte em que a discussão da economia apesenta  impacto relativo.
Portanto, é hora de mexer na casa se eficiência é a palavra da vez, a primeira estratégia é,  cortar custos. Cuidado aqui, porém, é evitar ficar apenas nos cortes, isso funciona no curto prazo. Se o período de estagnação for mais prolongado, devemos ir, além disso.
A ação é enxugar de um lado para investir em outro, precisamos buscar produtividade para ganhar competitividade. Quando se  fala  em aumentar a venda, o varejista pensa em fazer publicidade  e trazer mais gente para loja, mas se ele por si só garantir a disponibilidade do mix que oferece, com certeza já melhorará as vendas.
É preciso também mudar a forma como se vê o negócio, no desespero, os varejistas  exageram nas promoções e evitam repassar o aumento da inflação. O momento é para renegociar com os fornecedores e melhorar estratégia de preço, procurar melhorar a margem dos produtos de baixo giro e baixando os itens de curva A.
Procurar oferecer mais opções de produtos, com diversas faixas de preços, ajuda o consumidor a se  defender da queda do poder aquisitivo. Profissionalizar a gestão deve ser item primeiro de pauta, que, para vencer em meio à competitividade crescente, é preciso  gerar valor, e mostrar quanto valor gera.
O que é possível com boa governança corporativa?
Essa mudança  de perspectiva originou com a  alteração da dinâmica do mercado nos últimos anos. É que para competir é preciso ter estratégia e pensar no longo prazo. No Brasil, a crise de confiança nas empresas e percalços políticos e  econômicos, aumenta mais ainda a necessidade de levar a sério as melhores práticas de gestão, para não perder valor de mercado .
Em um momento como esse  de  crise econômica, a governança tem papel fundamental no ajuste do modelo de negócios a essa realidade. Devemos evitar um descolamento muito grande entre as perspectivas de mercado e  as da  empresa. Nesse mercado competitivo, nossa  tarefa é  extrair  o que temos de melhor.

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