Antonio Carlos Giuliani
A Economia Colaborativa é fruto da união de três pontos de
sucesso que fazem o conceito cada vez mais atrativo a partir da evolução ampla
da sociedade: Social, com destaque para o aumento da densidade populacional,
avanço para a Sustentabilidade, desejo de comunidade e abordagem mais
altruísta; Econômico, focado em monetização do estoque em excesso ou ocioso,
aumento da flexibilidade financeira, preferência por acesso ao invés de
aquisição, e abundância de capital de risco; e Tecnológico, beneficiado pelas redes
sociais, dispositivos e plataformas móveis, além de sistemas de pagamento.
Os consumidores consomem seus produtos e serviços favoritos, pautados na sua aquisição, seu desejo é ter a propriedade do produto ou
serviço. Numero crescente de consumidores começam aceitar pagar para usar algo
apenas temporariamente, ou de forma compartilhada. Trata-se da chamada economia
colaborativa, que está crescendo rapidamente em todo o mundo, decorrente em
grande parte pela internet e pela adesão cada vez maior às redes sociais, o que
facilita a conexão entre pessoas dispostas a
dividir seus bens.
A firma de consultoria PWC calcula que, por volta de 2025,
os cinco principais setores da economia
colaborativa podem representar juntos US$ 335 bilhões em faturamento. A
economia colaborativa pode representar uma ameaça aos setores tradicionais, por
causa da eventual redução nas compras e das dificuldades que isso acarretaria
para os mercados estabelecidos.
Para o consumidor, vantagens como custos menores, benefícios
ampliados, conveniência e preservação ambiental, são peças fundamentais que o
estimulam ao pagar para usar em detrimento a aquisição. Como as empresas podem
olhar no horizonte estratégico e buscar oportunidades com esse sistema
emergente?
Primeiramente devem adaptar a ele seu modelo de negócio
atual, assim como o futuro, para buscar novas fontes de faturamento. A pesquisa
desenvolvida pela PWC, aponta seis formas pelas quais as empresas podem responder ao crescimento do
consumo colaborativo abordadas a seguir:
- a empresa deverá vender o uso, não o produto, uma vez que a ideia de compra
geralmente desaparece.
As empresas podem repensar seus modelos de negócios,
tornando-se “Prestadoras de Serviços”, “Fomentadoras de Mercado” ou “Provedoras
de Plataformas”. O setor de materiais de construção, é um exemplo de
empresa que adaptou seu modelo de negócio para vender o uso de seus
produtos.
A gestão dos equipamentos, pode onerar para o cliente,
portanto, oferecer um serviço permitindo aos clientes não comprar equipamentos individualmente, mas,
alugando-os, permitirá a empresa levar sua fórmula de lucratividade
para o contexto da economia colaborativa.
- A empresa que apoiar os consumidores que querem revender
os produtos, exemplo a Ikea fabricante
de móveis, lançou plataforma online, que possibilita que os clientes revendam
os artigos que compraram nas lojas
da empresa, e não usam mais.
- Outra oportunidade vem de as empresas compartilharem ativos e capacidades
já existentes.
- Oferecer conserto e manutenção, empresas que possuem experiências em
manutenção e conserto, podem participar alugando essa expertise para os consumidores. Quanto mais
pessoas compartilharem um mesmo produto, mais é usado, o que aumenta a
necessidade de manutenção e de eventuais
reparos.
– Redefina-se e
alinhe-se para atingir novos consumidores, oferecer uma plataforma de
colaboração como forma de promover seus produtos e serviços, é um caminho para
gerar receitas.
- Desenvolver novos modelos de negócio, além de adaptar seu
modelo de negócio atual ao consumo colaborativo, as empresas podem criar modelos completamente novos.
Grandes corporações já passaram a adotar estratégias
baseadas no compartilhamento em seus principais negócios, como a Toyota, ao
alugar carros de concessionárias selecionadas e o Citibank, ao patrocinar um
programa de compartilhamento de bicicletas na cidade de Nova York, como já
ocorre no Brasil.
O grande aprendizado para as empresas é, que o
relacionamento com os clientes mudou, é hora de libertar a empresa para ganhar
o mercado. Nessa perspectiva as empresas precisam também, redefinir as
estratégias de marketing com relação ao preço, praça, produto e promoção.
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