3 de jul. de 2015

Economia Colaborativa e a Empresa



Antonio Carlos Giuliani

A Economia Colaborativa é fruto da união de três pontos de sucesso que fazem o conceito cada vez mais atrativo a partir da evolução ampla da sociedade: Social, com destaque para o aumento da densidade populacional, avanço para a Sustentabilidade, desejo de comunidade e abordagem mais altruísta; Econômico, focado em monetização do estoque em excesso ou ocioso, aumento da flexibilidade financeira, preferência por acesso ao invés de aquisição, e abundância de capital de risco; e Tecnológico, beneficiado pelas redes sociais, dispositivos e plataformas móveis, além de sistemas de pagamento.
Os consumidores consomem seus produtos e  serviços favoritos, pautados na sua aquisição,  seu desejo é ter a propriedade do produto ou serviço. Numero crescente de consumidores começam aceitar pagar para usar algo apenas temporariamente, ou de forma compartilhada. Trata-se da chamada economia colaborativa, que está crescendo rapidamente em todo o mundo, decorrente em grande parte pela internet e pela adesão cada vez maior às redes sociais, o que facilita a conexão entre pessoas dispostas a  dividir seus bens.
A firma de consultoria PWC calcula que, por volta de 2025, os cinco  principais setores da economia colaborativa podem representar juntos US$ 335 bilhões em faturamento. A economia colaborativa pode representar uma ameaça aos setores tradicionais, por causa da eventual redução nas compras e das dificuldades que isso acarretaria para os mercados estabelecidos.
Para o consumidor, vantagens como custos menores, benefícios ampliados, conveniência e preservação ambiental, são peças fundamentais que o estimulam ao pagar para usar em detrimento a aquisição. Como as empresas podem olhar no horizonte estratégico e buscar oportunidades com esse sistema emergente?
Primeiramente devem adaptar a ele seu modelo de negócio atual, assim como o futuro, para buscar novas fontes de faturamento. A pesquisa desenvolvida pela PWC, aponta seis formas pelas quais as  empresas podem responder ao crescimento do consumo colaborativo abordadas  a seguir: - a empresa deverá vender o uso, não o produto, uma vez que a ideia de compra geralmente desaparece. 
As empresas podem repensar seus modelos de negócios, tornando-se “Prestadoras de Serviços”, “Fomentadoras de Mercado” ou “Provedoras de Plataformas”. O setor de materiais de construção, é um  exemplo de  empresa que adaptou seu modelo de negócio para vender o uso de seus produtos.
A gestão dos equipamentos, pode onerar para o cliente, portanto, oferecer um serviço permitindo aos clientes  não comprar equipamentos individualmente, mas, alugando-os, permitirá  a  empresa levar sua fórmula de lucratividade para o contexto da economia colaborativa.
- A empresa que apoiar os consumidores que querem revender os produtos, exemplo a Ikea  fabricante de móveis, lançou plataforma online, que possibilita que os clientes revendam os  artigos que compraram nas lojas da  empresa, e não usam mais.
- Outra oportunidade vem de as  empresas compartilharem ativos e capacidades já existentes.
- Oferecer conserto e manutenção,  empresas que possuem experiências em manutenção e conserto, podem participar alugando essa  expertise para os consumidores. Quanto mais pessoas compartilharem um mesmo produto, mais é usado, o que aumenta a necessidade de manutenção e de  eventuais reparos.
– Redefina-se e  alinhe-se para atingir novos consumidores, oferecer uma plataforma de colaboração como forma de promover seus produtos e serviços, é um caminho para gerar receitas.
- Desenvolver novos modelos de negócio, além de adaptar seu modelo de negócio atual ao  consumo  colaborativo, as  empresas podem  criar modelos completamente novos.
Grandes corporações já passaram a adotar estratégias baseadas no compartilhamento em seus principais negócios, como a Toyota, ao alugar carros de concessionárias selecionadas e o Citibank, ao patrocinar um programa de compartilhamento de bicicletas na cidade de Nova York, como já ocorre no Brasil.

O grande aprendizado para as empresas é, que o relacionamento com os clientes mudou, é hora de libertar a empresa para ganhar o mercado. Nessa perspectiva as empresas precisam também, redefinir as estratégias de marketing com relação ao preço, praça, produto e promoção.

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