Antonio
Carlos Giuliani
O preço é uma das ferramentas mais importantes do escopo de
marketing. Dizer que o consumidor não
busca preço e sim qualidade é uma verdadeira balela; ele quer qualidade nos
produtos, entretanto, o preço leva-o a ação de compra. Sabemos que, para muitos
vendedores, o que vende é o preço, o que em parte não deixa de ser verdade, é o
preço o fator desencadeador ou inibidor de um negócio.
É por isso que se afirma que o preço é a hora da verdade na
venda. Se os preços forem baixos, o cliente compra; se forem altos, o comprador
pode julgar a venda enganosa, principalmente se o produto não tiver atributos. Um comprador, no varejo, dialoga
com o empresário afirmando que se o produto está sendo vendido a R$ 100 naquele
estabelecimento, há um concorrente que vende o mesmo produto a R$ 85.
O empresário, então, preocupado em fazer caixa e honrar seus
compromissos, pensa bem e resolve vender o produto por R$ 80, ficando feliz por
ter realizada a venda. No entanto, após apurar os resultados da venda, o
prejuízo revela a “estratégia suicida” adotada. Ou seja, decisões tomadas em
cima da necessidade de caixa pode ser um grande risco para o negócio. Entender
como formar o preço de venda deve ser tarefa fundamental, o preço tem duas
origens básicas, uma interna (custos – produção – serviço) e outra externa, com
base no preço praticado pela concorrência.
Ao estabelecer uma estratégia de preço, o foco central deve
ser em remunerar o capital investido proporcionando lucro e não inibindo
vendas, tarefa difícil, pois o preço é considerado um valor justo pela posse de
um bem. Vale lembrar que bom preço é aquele que o cliente potencial pensa que
é, se você o convenceu da qualidade do seu produto, mesmo com preço
absurdamente alto.
Se você não o convenceu de que o produto é bom mesmo com o
preço absurdamente baixo que você colocou na prateleira, o preço é ruim. Devem
fazer parte na formação de preços: a economia, a concorrência, a tecnologia, a
curva do ciclo de vida do produto que permite reduzir custos de fabricação e de
marketing, mas para conseguir vantagem
competitiva no mercado os custos devem
ser muito bem controlados.
Se o preço é bem administrado, proporciona lucro, caso
contrário, quando praticado abaixo da linha de custos, pode ampliar a
participação de mercado, mas pode gerar prejuízo. Lembrem-se, os produtos podem
ser semelhantes e até iguais, mas os custos nunca. Como em uma venda é difícil
estar totalmente satisfeito, é preciso ajudar o comprador a vencer o medo da
compra, cabendo ao vendedor proporcionar garantias ao cliente de que ele
realizou um bom negócio, evitando a insatisfação pós-compra, procurando tranquilizar
o cliente para que ele se sinta seguro e feliz com a compra e sem nenhum
receio.
Para conseguir trabalhar o preço de forma a proporcionar
segurança ao cliente e não inibir vendas, é necessário criar um encantamento no
qual o cliente não se sinta lesado e aceite pagar um preço mais elevado por
algo que ele acha que vale a pena. Se a estratégia de preços for bem aplicada,
ela serve para valorizar o produto ou o serviço, e ampliar lucros, do
contrário, pode banalizar o bem e inibir o lucro.
A grande hora da verdade - saber o momento certo para ter a
capacidade de poder comparar produtos, serviços e preços, identificar os custos
de forma mais ágil e correta - passa a ter cada vez mais importância para
atender as necessidades de um consumidor cauteloso e receoso diante de um
mercado retraído.
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