Publicado no Jornal de Piracicaba em 12/02/2016
No processo de comunicação de marcas, não necessariamente o que você pretende comunicar é o que o público-alvo entende. Na verdade, isso é uma máxima que vale para processos de comunicação como um todo.
No processo de comunicação de marcas, não necessariamente o que você pretende comunicar é o que o público-alvo entende. Na verdade, isso é uma máxima que vale para processos de comunicação como um todo.
No momento
em que planejamos e decidimos qual a forma, o tom, a linguagem, a frequência e
o estilo com que nossa marca quer “falar” com nosso público-alvo, são de
fundamental importância que conheçamos com quem estamos falando. Construir uma
marca ou iniciar um trabalho de inserção de mercado está relacionado ao
envolvimento que esta marca tem com as questões que regem a nossa existência.
As marcas
precisam ter uma personalidade própria, um DNA , isto é: ter personalidade. As
pessoas só entenderão esta personalidade, interesse em conhecer a marca se conseguir despertar a atenção do indivíduo.
Como
propiciar isso?
Procurando
ser interativo, aproximando-se do seu publico, fazer parte da vida dele, ou
pelo menos, ele saber quem é você. E gostar de você.
Não, é
fácil. Comunicar por comunicar qualquer empresa ou marca faz. Para dar certo
precisa mais que comunicar. É preciso informar o conteúdo necessário para que
saibam quem você é, e ainda, precisa entender o que fará despertar o interesse
do seu público.
Cada marca
tem uma personalidade e seu público de interesse diferente, por isso, a forma
de interagir varia, e muito. Na opinião de Kotler nosso guru do marketing,
quanto mais características humanas, antiga, nova, tradicional, jovem,
dinâmica, inovadora, confiável, solidária, conseguirmos associar a uma marca,
mais forte e consolidada ela se torna.
Ao elaborarmos
uma estratégia de marca para sair do ambiente de competição, prover informação
e dialogo, expor os atributos das marcas, tornar fieis consumidores a personificação da marca é uma boa opção. Hoje as pessoas querem
interagir, dialogar, identificar com os valores, as marcas nasceram para serem
amadas.
Personificar
uma marca é conferir a ela características humanas, esse é o ponto que se deve
buscar para o relacionamento com os clientes. Marcas personificadas não são
apenas “objetos adoráveis”; elas são vistas como entidades admiradas e que
retornam o amor.
A
personificação da marca pode ser vista como uma nova e
poderosa adaptação de personalidade da marca, principalmente para o ambiente de mídia
social. Marcas personificadas gozam de um status especial entre os membros da
geração ”milênio” de jovens adultos e são vistas como personalidades
autênticas, atribuído a elas um status de celebridade destacada.
De qualquer
forma, a “Persona da Marca” se destacou na era das mídias sociais, quando a
preocupação com relacionamento, conteúdo e transparência ganhou força. No
entanto, poucas empresas ampliam sua atuação para torná-la a base da estratégia
de relacionamento.
Vale
ressaltar a importância, de que esse posicionamento adotado nas mídias sociais
gera possibilidades de negócios, confiamos mais em pessoas do que em
organizações, fazemos negócios com pessoas que conhecemos e confiamos. Para
entender melhor o processo de personificação da marca, a Associação de Assistência à Criança
Deficiente – AACD organização do
terceiro setor, é um excelente
exemplo ganhador do top marketing 2015 .
Hoje em
dia estamos todos conectados em
uma grande rede de relacionamento, impulsionado pela facilidade de adquirir um
celular, para ter acesso às principais
redes sociais. Em 2015 a AACD iniciou uma grande ação nas redes sociais, criando o “Aniversário do Bem” onde qualquer pessoa
pode criar uma pagina, pedindo doações em vez de presentes para celebrar o
aniversário.
O
engajamento social foi iniciado pelas personalidades artísticas, o jogador
Neymar, a apresentadora Isabella Fiorentino e
a cantora Sandy. Desde 28 de
janeiro de 2015, data da primeira publicação do “Aniversário do Bem”, 34
personalidades aderiram à campanha, nomes como Victor e Leo, Daniel, Zezé Di
Camargo, Neymar, Sabrina Sato, Danilo Gentilli, ajudaram a AACD a atingir um
dos objetivos que era ampliar sua atuação nas redes sociais, dialogar com
geração conectada e posicionar sua marca, mostrando seu DNA ao mesmo tempo em
que conseguiu recursos financeiros.
Os
resultados e a somatória dos posts rendeu mais de 745 mil curtidas, 25 mil comentários e 13 mil
compartilhamentos. Outro destaque foi a quantidade de pessoas impactadas no
Facebook, cerca de 185 milhões.
No Twitter,
as publicações puderam ser acompanhadas por mais de 51 milhões de perfis. Um
ponto importante ao realizar esse tipo de campanha é
procurar associar a personalidade artística a causa social.
O forte da
estratégia de personificação da marca adotada, concentra-se no elo entre a
geração do milênio e seus smartphones,
tablets e laptops. Vale a pena refletirmos em nossas organizações,
se estamos utilizando apenas as formas tradicionais de construção de
marcas, elas passaram do seu prazo de
validade, ao passo que a mídia social
abre novas possibilidades.
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