18 de abr. de 2016

“Milenização”: fenômeno de mercado



Publicado no Jornal de Piracicaba em 15/04/2016.

Em um ambiente hostil, marcado por recessão econômica e crise politica, será necessário muita agilidade e flexibilidade por parte dos  gestores, para manter a perenidade de suas empresas. Temos uma tempestade que trava o mercado com baixa confiança, credito limitado e caro, renda real em queda e aumento do desemprego.

Com  esse  cenário, vale refletir não é o mais forte nem o mais inteligente que sobreviverá, mas, o que melhor se adaptar às mudanças. È evidente que a estabilidade politica poderá resgatar a confiança e aumentar a propensão a consumir.
Para destravar o mercado, as empresas devem contar com uma boa dose de otimismo e espirito guerreiro. Repensar  suas estratégias e  estruturas é inevitável, estarão fortalecidos os que mais bem se prepararem. Eficiência e produtividade são palavras de ordem para quem deseja construir, reinventar é a palavra de ordem.

Compreender as novas gerações e seus perfis comportamentais, é fundamental para adotar uma estratégia de crescimento, é necessário engajá-los e  ativá-los completamente. A geração millennials envolve os nascidos entre 1982 e 2000, despontam desafiando o mercado e o consumo em um processo sem volta.

Estudo realizado pela revista norte-americana Forbes 2015, aponta as características dessa geração. O comportamento dessa geração tem influenciado as antecedentes, especialmente os “Xs” (nascidos entre 1961 e 1981), os  “Boomers” (1943-1960) e principalmente os que estão influenciando os chamados, por enquanto de “Zs”, que incorpora os nascidos de 2000 a 2018 ou 2020.
Essa geração com sua especificidade, exige que empresas repensem suas formas de dialogar com suas necessidades, desejos, pois, estão mudando o jeito de  se fazer negócios. Os millennials, são hoje 2 bilhões de pessoas no mundo.

Em 2025, representarão 75% da força de trabalho global. Sua participação em média nos países corresponde entre 20% e 30% da população, nos emergentes a proporção é maior e nos mais maduros tende a ser menor, como redução da natalidade nas décadas recentes. No Brasil, representam 31% de toda a população.

Um dos traços mais relevantes desse novo jeito de ser é sua preferencia por dispêndios com serviços, especialmente tudo o que signifique experiência, aprendizado e viagens. Para  eles, é mais importante participar e viver algo sobre o que possam falar, discutir, trocar ideias e “curtir”, do que comprar algo. A mobilidade e interatividade são uma dádiva, elas  impressionam-se menos com os últimos lançamentos e são mais interessadas naquilo que as ajuda  a conduzir suas paixões na vida.
Cultivam a intimidade, coisas  tangíveis são separados por  culturas e unidos pelas crenças, acreditam que estão unidas porque estão conectadas entre si. Diversos  estudos têm mostrado que entre  uma experiência marcante e um produto legal tendem a preferir a vivencia à compra, parecendo confirmar a ideia de que o “Ser” é  e será mais importante na sociedade que o “Ter”, ao menos para a maioria desses jovens.

Sua recente demanda por conceitos, marcas, sites e lojas que ofereçam mais do que um produto, razões para preferir e comprar, o que tem justificado o surgimento de novos conceitos, construídos para atender essa demanda. Esses números e perfis podem explicar, em parte, porque a indústria do entretenimento tem crescido da forma como evoluiu nos últimos anos, o sucesso de iniciativas como o Rock in Rio que, no ano passado reuniu perto de  600 mil pessoas nos sete dias de festival, com amplo apoio de mídia e patrocinadores.


A Ambev, concentrando fortes investimentos em circuitos de festivais, e shows em todo o Brasil realocando despesas e investimentos para falar diretamente com essa geração. O que não pode ser desprezado e precisa ser incorporado nas  estratégias de marketing, é que para  atender as gerações Millennial e a que se  segue (dos Zs), será preciso necessariamente propor, desenvolver e sustentar conceitos e propostas, que  estejam muito além dos benefícios diretos que produtos e  serviços possam oferecer.

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