1 de jul. de 2013

O rigor do Visual Merchandising

Todo varejista sabe que o trabalho de visual merchandising exige perfeição, porém muitos não conseguem transformar esta necessidade em um dos pilares do seu sucesso. O rigor no alinhamento e na arrumação de pilhas, dobras, fileiras ou de qualquer forma de agrupamento de produtos deve ser sempre mantido de modo obsessivo e quase que militar.

Se toda barraca de feira que se preze consegue, não há motivo para que uma rede de lojas se contente com nada menos que isso.

Lembramos que ser disciplinado na apresentação de pilhas e caprichar na coordenação dos produtos ou no posicionamento das embalagens não é suficiente. É importante planejar, estabelecer um critério para o número de peças repetidas, um sistema para a definição dos blocos, uma lógica que defina a evolução das linhas e uma estratégia que combine tudo isso de forma a facilitar a operação e a reposição pela equipe e a seleção pelo consumidor.

Além de tudo isso, sempre que possível, devemos nos lembrar que o varejo favorece uma dinâmica na apresentação das imagens. A loja deve mudar, evoluir, oferecer ao cliente novidades e lançamentos, para justificar a sua volta.

A beleza do sistema é favorecermos a descoberta, pelo cliente, de produtos encadeados, coordenados entre si, complementares, de forma que a compra de um induza o desejo pelo seu vizinho, que passe a ser indispensável aos olhos do cliente.

Uma apresentação excelente valoriza o produto. Ao contrário, uma exposição sem cuidados passa uma impressão de desleixo, desqualifica a loja e desprestigia a marca.

Para resolver isso não existe uma formula única, mas várias. Para começar, temos uma tipologia diferente para o autosserviço e para a venda assistida.

Uma loja que apresenta blocos uniformes e arrumados de produto é identificada como praticante do sistema de autoatendimento, transmitindo uma impressão de fartura, de boa oportunidade de compra, de maior rapidez e agilidade.

Quando trabalhamos assim mantemos o estoque na loja, racionalizamos o serviço e minimizamos a necessidade do vendedor.  

Já quando expomos os produtos individualizados, passamos uma impressão de maior exclusividade, com peças únicas ou pequenas tiragens. Costumamos associar este sistema a mais prestígio, melhor serviço e preços mais altos. O cuidado na apresentação deve ser ainda maior.

Nestes casos prevemos, além do rigor na seleção de cores, uma dose maior de criatividade e surpresa no trabalho de visual merchandising.

Além de todas essas vantagens, criar um sistema próprio de apresentação capaz de definir com clareza departamentos, linhas e produtos é uma das maneiras mais eficientes de se diferenciar e de ir ao encontro de uma das maiores aspirações do público:

- Achar o que deseja sem necessidade de perguntar ao vendedor, iniciando sozinho o seu processo de tomada de decisão.

Pense bem, não é bacana passar os olhos pela loja e saber de antemão se naquele lugar nós vamos ou não achar aquilo que procuramos?

Manoel Alves Lima,  diretor da FAL Design Estratégico para Varejo, Vice Presidente do Retail Design Institute e co-editor do Blog da FAL.

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