Com
a constante divulgação de informações sobre o aquecimento global, efeito
estufa, derretimento de geleiras, desmatamento, alterações do clima e tantos
outros assuntos ligados ao meio ambiente, a onda de conscientização na
sociedade tem aumentado, tanto individual, quanto coletivamente, e isso inclui
as ações das empresas frente à problemática ambiental em todo o mundo.
Cresce
o número de consumidores atentos aos rótulos e às ações das empresas, para
minimizar os efeitos nocivos ao meio ambiente,
aumenta a desconfiança com
relação às propostas que se dizem ecologicamente corretas, mas, que na verdade,
parecem ser apenas meios que as empresas utilizam para conquistarem este novo
nicho de mercado, sem cumprirem as políticas estabelecidas pela própria
organização.
São
muitas as empresas que seguem corretamente as ações
sustentáveis como: uso de componentes sustentáveis, reciclados; matérias-primas
recicladas, reutilizadas, orgânicas, extrativistas cultiváveis ou que não
causam danos ao meio ambiente; a redução
do uso de embalagens; a utilização de métodos de produção e transporte
utilizando fontes de energia limpa, menor consumo de água e o tratamento dos
efluentes; o processo de logística
reversa após o consumo, com o descarte adequado ou sua reutilização, já conseguem expor e
conquistar a confiança e
fidelidade dos consumidores, agregando um valor inestimável à sua marca,
produto ou serviço e contribuindo para a minimização da degradação ambiental.
Na
ótica do comportamento do consumidor, os anos 1960, podem ser descritos como a
época do despertar da consciência ecológica, os anos 1970 como o início da ação,
e os anos 1980 como um período de responsabilidade, marcado pelo aumento
progressivo da consciência ambiental por todo o mundo, enquanto, a década de 1990
impõe-se como a era do poder do mercado.
Em
relação ao conceito de marketing verde, sua temática iniciou em 1960, mas foi somente na década de 1990 que o conceito toma corpo e começa a
generalizar-se. Enquadrado numa orientação social, o marketing verde surge como
ferramenta de apoio e monitorização, desde o processo de desenvolvimento,
produção, entrega, até ao descarte do produto, procurando satisfazer às necessidades e desejos dos consumidores e
da sociedade, contanto que estas ocorram
com o mínimo impacto ambiental, de forma
lucrativa e sustentável.
Muitas
das investigações sobre marketing verde focam os seguintes aspectos: maior
consciência ambiental, maior interesse por parte do consumidor por produtos
verdes, e capacidade pronunciada para pagar mais por características verdes, enquanto muitos apontam que as empresas utilizam-se do marketing verde,
porque o “verde está na moda” utilizando como uma oportunidade para promoverem
produtos e marcas.
As
empresas vêm abraçando este panorama de forma que, estão empregando atitudes
sustentáveis em seus processos, e utilizam desta ação para se propagarem na
mídia como empresas "verdes",
construindo uma imagem ecologicamente
correta de si mesmas, resultando no ganho de mais espaço no mercado, a partir
do momento que atraem uma nova classe de consumidores: os consumidores
sustentáveis.
Ao
mesmo tempo, que surgem criticas ao modelo supostamente adotado pelas
empresas, já que os produtos verdes tem seus preços superiores ao dos produtos
comuns, causando uma incerteza em relação a mensagem que a empresa quer
transmitir, desestimula os consumidores sensíveis a preço, a consumirem tal
produto.
Gradativamente
as pessoas vão tomando consciência de seu papel na sociedade, e exigem que as
empresas também se posicionem em relação à responsabilidade social, que cada
uma deveria ter diante dos grandes impactos ambientais negativos, consequentes
da grande evolução que as atividades produtivas e mercadológicas.
O
Marketing Verde ou Ambiental, não se limita à promoção de produtos que tenham
alguns atributos verdes, (tais como recicláveis e produtos que não destruam a
camada de ozônio). Isso porque, para posicionar-se como ambientalmente responsável,
a empresa deve, organizar-se para ser
uma empresa ambientalmente responsável em todas as suas atividades. Para isso,
todos os funcionários devem estar conscientes, de que a empresa não pode ter
nenhuma falha em seu comportamento ambiental, pois, é muito difícil e demorado
o processo de reconstrução da imagem de uma empresa, previamente retratada na
mídia como ambientalmente irresponsável.
Compreender
que o marketing verde é real, e está em
crescimento, observar as fases
distintas de sua evolução, é
importante para não
generalizarmos o seu uso como uma estratégia de oportunismo para as empresas. Há muitas empresas adotando o
marketing verde, fazendo ações concretas, mas comunicando pouco, muitos não fazendo nada,
mas falando muito, e alguns fazendo muito, falando bem, e colhendo benefícios.
Verifique em qual estágio sua empresa
se encontra.
Antonio Carlos Giuliani: professor e coordenador
dos cursos de Mestrado Profissional e Doutorado em Administração e MBA em
Marketing e Negociação. - UNIMEP. E-mail: giuliani.marketing@uol.com.br
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