Antonio Carlos Giuliani
Os shoppings têm como
objetivo principal unir em único local uma ampla variedade de produtos e
serviços, gerando facilidades para o cliente, que pode fazer diversas compras
no mesmo local. Atualmente os shoppings concentram um grupo de varejistas e
outros estabelecimentos comerciais, são planejados e administrados como uma
propriedade única, oferecem facilidades,
como estacionamento, e podem ser encontrados nas médias e grandes cidades.
O shopping center pode ser
classificado como: fechado, com ar condicionado e lojas face a face, mais
utilizados em grandes centros; e aberto, onde as lojas são uma ao lado da outra
com estacionamento em frente. Independente do tipo, o shopping tem grande poder
de atração de público, pois, a segurança oferecida nestes empreendimentos é um
fator de peso, além do conforto proporcionado principalmente pelos
estacionamentos, e pela flexibilidade de horários, maior do que o comércio de
rua.
Para os varejistas, outra
vantagem dos shoppings é a definição do mix de lojas, que é planejado
objetivando dar mais segurança aos lojistas, ao contrário do comércio de rua,
onde a concorrência é pulverizada, dificultando identificar e controlar os
concorrentes. Nos últimos dez anos, acompanhamos o crescimento da classe C e o surgimento emergente de uma
fatia da população que, movimentou mais de R$ 1 trilhão em consumo de bens
e serviços em 2013, segundo
recente pesquisa divulgada pelo Instituto Data Popular e Serasa Experian.
Não há como negar a
força de consumo que essa fatia
da população proporciona, somam 54% dos
brasileiros superior as classes A e B reunidas. A classe média
brasileira representa a fatia de
consumidores mais “queridinha” do país. Aproveitando esse mercado, nos
deparamos com a crescente
indústria de shopping centers
que, em 2013, encerrou com 502 empreendimentos
e um recorde de inaugurações,
foram 38 empreendimentos inaugurados.
Somado às expansões pelas
quais muitos shoppings estão passando, contribui para o bom desempenho do setor que, além da conveniência, oferece
comodidade e segurança aos
frequentadores. Verifica-se, novos empreendimentos se instalando em áreas em desenvolvimento
econômico, como municípios do interior e periferias das grandes cidades, oportunidade gerada pela
força de consumo proporcionada à classe
média.
Dos 38 shoppings
inaugurados, 15 aconteceram nas capitais,
os demais foram fora dos centros urbanos
se igualando aos das capitais.
Apesar dos variados perfis, a maior parte foram construídos em municípios
que possuem até 500 mil habitantes, e o tamanho médio
destes empreendimentos é de 26.142 mil
m² de área bruta locável.
Os shoppings centers instalados em cidades com esse perfil, além
de mostrarem a força desses grandes
centros de consumo, contribuem para o crescimento da região. O shopping catalisa outros empreendimentos imobiliários em seu entorno, comerciais e residenciais, gerando desenvolvimento.
O grande desafio para o setor está em garantir ao público uma
experiência diferenciada de consumo e lazer, mas com o mix de lojas aderentes a
este novo segmento. È importante
elaborar ações de marketing e comunicação para acostumar a
classe C aos shoppings, seu perfil ainda
concentra-se em comprar em lojas de rua.
Ele busca marca e preço
acessível, mas também é exigente,
informado e sabe o que quer. Adora conforto e lugares que proporcionam beleza e bem
estar, preza pela boa qualidade e bom
atendimento. Para conciliar essas ações,
é necessário ter um conjunto de lojas
que agrade em preços e produtos,
e também tenha profissionais capacitados
para oferecer bom atendimento.
Na medida em que o consumidor da classe C passou a ter
maior poder aquisitivo, somado ao amplo
acesso a informações através da internet, é natural a migração
deste consumidor das lojas de rua para o shopping, onde efetivamente
encontram uma experiência
completa de consumo com segurança e conforto.
Essas mudanças requerem do
setor, adequações e ajustes para
essa nova era do consumo.
Pautar-se em um consumo emocional,
passa a ser a
força motriz das ações, exigindo
identificar novos caminhos e adequações bem estruturadas para o
varejo brasileiro.
Outro fator importante, é a
união dos dois mundos on- line e off-line, no qual o papel das redes sociais já substituem mídias tradicionais, como jornal e rádio, procurando aumentar áreas de
entretenimento, em restaurantes, bares, lanchonetes e áreas
especificas para eventos.
São os consumidores mais informados,
experientes e exigentes que ditarão a
natureza das operações desses
grandes centros de consumo.
Antonio Carlos Giuliani: professor e coordenador
dos cursos de Mestrado Profissional e Doutorado em Administração e MBA em
Marketing e Negociação. - UNIMEP.
E-mail: giuliani.marketing@uol.com.br
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