Antonio Carlos
Giuliani
Empreender é agregar valor, saber
identificar oportunidades e transformá-las em um negócio lucrativo. O conceito
de empreendedorismo foi utilizado inicialmente pelo economista Joseph
Schumpeter, em 1950. Termo muito usado no âmbito empresarial e muitas vezes
está relacionado com a criação de
empresas ou produtos novos.
Através do empreendedorismo busca-se:
transformar conhecimentos; inovar;
realizar sonhos mesmo que haja riscos;
enfrentar problemas, inovar e modificar as organizações, remodelando
assim o cenário econômico. Desde 2013 o Brasil cresce cada vez menos, com crescimento de apenas 0,2% no primeiro trimestre do ano,
analistas apontam para recessão
técnica em 2014.
Ao analisar o consumo, principal
motor de expansão da economia nos
últimos anos, apresenta trajetória
de queda
e chegou a 0,1% negativo no
primeiro trimestre desse ano, segundo agência Estado (2014). Enquanto
economistas aguardam a divulgação do PIB
do segundo trimestre, com estimativa de
0,81% de crescimento, o Banco Central
acredita que ele será 1,8%.
Quem já atua como empresário, e
mesmo o candidato que deseja empreender, convivem com mesmo ponto comum. O que
fazer nesse momento de incerteza? Essa
pergunta é a mais frequente que alunos e
empresários nos dirige quando falamos sobre empreendedorismo.
Para tentar colaborar
aponta-se dicas, fazendo uma breve retrospectiva para momentos difíceis da
economia do que as previsões mais pessimistas de hoje. Em 1984 o País e
o mundo ainda tentavam caminhos
para digerir o segundo choque do
petróleo, e a inflação anual de 223,9%, em 1992, ano do confisco das poupanças
pelo governo do então presidente
Fernando Collor, surgiram
respectivamente as redes Patroni Pizza (nesse ano estará abrindo mais 30 lojas) e China in
Box sucesso até os dias atuais.
O fato de a economia caminhar para
um crescimento ruim não significa que as
oportunidades acabaram. Significa que os
projetos que não são bons, ou apresentam alcance limitado não terão mercado. O verdadeiro empreendedor não olha com ênfase o macro, e
sim o micro, um nicho, uma necessidade que não está sendo atendida.
Em cenários conturbados deve-se farejar
uma boa oportunidade, o ambiente mais restrito obriga ao empresário, redobrar sua atenção com o
planejamento do negócio. Pesquisa recente do Sebrae – SP, mostra que o empreendedor brasileiro ainda comete
erros básicos, nada menos do que 46% dos
entrevistados, não sabiam quantos
eram seus clientes potenciais ou seus hábitos de consumo, 39% deles
desconheciam qual era o capital de giro necessário, para manter o negócio em
atividade e outros 38% não tinham pesquisado sobre seus concorrentes.
Ao elaborar um plano de negócios
para um período possivelmente ruim,
é preciso ser muito conservador. No efeito da
crise, o fluxo de receita
tende a cair, as margens reduzem,
necessitando redobrar atenção aos custos,
até os centavos devem ser considerados.
O segredo é identificar demandas das
pessoas que não estão sendo atendidas, oferecendo produtos ou serviços por um
custo menor, ou optar por uma franquia pode
ser boa opção com risco menor, do negócio poderá obter retorno menor com mais segurança,
podendo demorar mais de cinco anos para
efetivamente alcançar o retorno do
investimento.
Outras recomendações a serem
consideradas são: fugir dos financiamentos oferecidos; ter uma reserva financeira para 6 a 10 meses para os períodos difíceis; a
negociação com fornecedores pode ser boa
forma de evitar apertos, por exemplo, se você não pode fazer o pagamento do mês, vale a pena
negociar com o fornecedor um prazo de
dois meses e ter 5% de juros ao
invés de entrar no cheque especial e pagar 8% ou mais.
Em momentos de pouco crescimento
da economia, o líder de uma organização precisa
encontrar soluções, que
economizem o tempo do cliente. A economia não deve frear o empreendedor, mas sim, os estudos de riscos e oportunidades frente ao
tipo de negócio pretendido, e a
disposição de correr esses riscos, mesmo que tenham sido bem calculados.
Estimar com conservadorismo o
potencial de faturamento, e colocá-lo em
uma planilha com todos os custos da operação, objetivando que mesmo que o ponto de equilíbrio seja atingido; fazer a diferença e
se preocupar com detalhes sempre.
Pesquise sobre seus concorrentes e
oportunidades que podem ser exploradas; dimensione as
vendas, os produtos oferecidos e os preços praticados. Ser
empreendedor não depende apenas do querer, tem de estar em você, pois nem todos nasceram para
ser e nem para assumir riscos e conviver com eles. Fazer sempre
uma reflexão do que está acontecendo, e se
você está feliz ou não sendo um empreendedor. Não espere que as
coisas aconteçam, faça as coisas
acontecerem.
Antonio Carlos Giuliani: professor e coordenador dos cursos de
Mestrado Profissional e Doutorado em Administração e MBA em Marketing e
Negociação. - UNIMEP.
E-mail: giuliani.marketing@uol.com.br
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