24 de jun. de 2016

Canais de Marketing: Atacado



Está cada vez mais raro encontrar os consumidores em frente às gondolas. Estudo realizado pela Kantar Wordpanel sobre o ranking Brand Footprint 2016, revelou que no ano de 2015, os pontos de venda do País receberam menos visitas, as pessoas eliminaram em média quatro idas as compras, bem como, registraram diminuição nos itens adquiridos.
O volume total de compras apresentou queda de 7,5%, enquanto, os produtos com marcas posicionadas cresceram 3% em frequência. A principal causa para essa mudança de comportamento é atribuído a retração da economia. Além de irem menos ao PDV (ponto de  venda), os consumidores têm adotado novos critérios para selecionar os canais que desejam realizar suas compras. Hoje procuram opções mais baratas, preferem custo – beneficio.
No momento de crise econômica pelo qual o Brasil vivencia, o consumidor que em situações normais faria suas compras nos supermercados, hipermercados ou até mesmo nos mercados de vizinhança, aproximou-se mais do segmento atacadista. Apavorados com os aumentos de preços, muitos preferem recorrer ao modelo chamado “atacarejo”, trata-se de um misto de atacado e varejo, movimentou R$ 58 bilhões em 2015.
O crescimento dos canais atacadistas não pode  ser  atribuído somente ao consumidor final, o desemprego figura como uma oportunidade, uma vez que, mais gente tem se lançado ao empreendedorismo e os donos destes pequenos novos negócios,  tornam-se clientes do canal. Outros fatores podem ser atribuídos ao crescimento do setor, como as questões logísticas e dificuldades da indústria em fazer entregas porta a porta.
O atacado passa a ser considerado como um distribuidor complementar da indústria, para comerciantes que usam estoques baixos e querem ter bom preço de reposição. Mesmo diante de perspectivas de crescimento para o canal atacado, alguns pontos devem ser considerados no seu planejamento, por exemplo: como adotar ações para  manter o investimento em marketing, assegurar os novos clientes, fortalecer marcas, com isso, terão condições de continuar oferecendo preços mais baixos. 
Para aumentar o fluxo de consumidores finais a esses canais, hoje já se verifica  a incursão do segmento em áreas mais centrais, em detrimento as lojas localizadas em regiões mais afastadas. As classes C, D e E conhecem os atacados há muito mais tempo que o publico A e B, que inicia  suas compras e prefere as lojas mais próximas das suas regiões de moradia.
Para manter  preços competitivos os serviços não são o forte dos atacados e nem altos investimentos em marketing. As redes têm investido em ambientação de lojas com comunicação visual mais moderna, iluminação em LED, mix de produtos mais diversificado, não  esquecendo que sua comunicação deve ser dirigida a conversar com o consumidor final, e com as pessoas jurídicas.
Para esses valem ações como as ofertas, guias de consulta de preços  e malas diretas com distribuição segmentada a bares, restaurantes  e lanchonetes. Ter conhecimento que um supermercado oferece em media uma gama de 50 mil itens e um atacado, entre sete e dez mil.
As novas tecnologias também devem ser incorporadas como estratégias de marketing através das redes sociais, aplicativos que permitem o cliente localizar a loja mais próxima e acessar o jornal de ofertas. Ao comparar esses canais com a evolução nos Estados Unidos,  onde não existe rejeição por esses canais, identifica-se uma evolução lenta quanto ao conceito do canal atacadista, aproximando de benchmarks como as redes americanas  Costco e Metro.
Como ameaça para o segmento, o aumento de impostos nas possíveis reformas econômicas, vindas dos ajustes políticos devem ser  considerados. O grande  desafio em termos de marketing para esse formato, é elaborar estratégias de marketing para lidar com consumidores finais, uma vez que seu publico não reside somente nas pessoas físicas. (Publicado no Jornal de Piracicaba em 24/06/16 - A3)



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