5 de abr. de 2015

Da loja Virtual para Fisica



Antonio Carlos Giuilani


Cada vez mais a máxima propagada pelos varejistas americanos  “Retail is Detail”  ou seja , varejo é detalhe torna-se a regra de ouro para as  empresas que miram a inovação, a  alta performance, acima de tudo , a lucratividade. O varejo mudou. O avanço da  tecnologia, o uso dos dados, a internet das coisas a realidade  aumentada são apenas novas ferramentas. Se há alguns anos ao analisar o varejo as discussões pautavam em como as grandes  redes  estavam dominando o mercado, hoje, a concorrência  pode vir de uma startup. Estruturas inchadas e modelos  tradicionais hierarquizados começam a ceder espaço para  equipes enxutas, inovadoras, flexíveis e conectadas. Em sua  centésima quarta  edição , a convenção da National Retail Federation 2015 ocorrido em janeiro em New York, anunciou o fim das fronteiras para o varejo , sair na frente incorporar inovação no dia-a-dia, revolucionando o modo como se  conectam com seus consumidores, maximizando a experiência da compra e vendendo um novo estilo de vida são recomendações cruciais se deseja continuar em um mercado altamente competitivo e com consumidor informado e em busca de conveniências no momento de  decidir-se pela compra. Já não podemos mais falar  em omnichannel ou multicanais, pois esses canais se confundem com algo maior que podemos caracterizar como “OMNIERA” , onde tudo que acontece no varejo tradicional e digital se mescla, compõe e toma outra proporção. A mística de que as lojas físicas tendem a  acabar , em consequência do crescimento do varejo  eletrônico apresenta outras perspectivas. As lojas  físicas não serão substituídas , apesar de uma quantidade enorme de pessoas pesquisar on-line os preços e conhecer sobre as características dos produtos, nenhuma loja virtual  supera  as  expectativas que a  loja física proporciona são momentos prazerosos que merecem ser vivenciados pelo consumidor no ato da compra. Após a corrida do varejo tradicional para a internet, chegou a vez de  empresas nascidas online fazer o inverso: abrir lojas físicas para se aproximar de cliente e vender mais . O passo mais emblemático, foi marcado pela Amazon, que em fevereiro embora considerado tímido, mas, depois de operar durante 20 anos apenas no mundo virtual, a  empresa inaugurou seu primeiro ponto de troca e coleta de mercadorias com um atendente, dentro do campus de uma universidade americana e já vem negociando com outras universidades. Trata-se de uma ironia nesse movimento que só existia na direção contrária  enquanto varejistas tradicionais correram para conquistar espaços no mundo virtual, nos EUA varejistas  online de roupas para ginástica  como a Athleta, a de óculos Warby Parker e a de roupas  e  acessórios masculinos Bonobos  juntas , já abriram 134 lojas nos últimos quatro anos . O que explica essa alteração do varejo virtual para o varejo de lojas físicas? Resposta  direta atender as  experiências de compra dos consumidores. Estudo  realizado pela  consultoria A.T.Kearney (2015) analisou o comportamento de 2504 consumidores nos EUA em 8518 jornadas de compras . Apontou pela preferencia de compra, 55% dos entrevistados prefere uma  experiência mista , na qual o processo de compra, da fase de  escolha à  eventual troca do produto, ocorre tanto na internet como pessoalmente.  Os consumidores gastam mais quando podem tocar o que  estão comprando , 85% preferem loja física para  experimentar roupas, acessórios e moveis, 55% preferem uma  experiência mista  no processo de compra  e 20% compram mais itens quando  estão online  e podem ir à loja física fazer uma troca. Inclusive  com os  mais  jovens 80% dos que  têm  menos de  20 anos preferem lojas físicas, as compras por  impulso são frequentes nas lojas , 20% dos que vão à loja para realizar trocas de produtos compram outros produtos, são as lojas físicas que ajudam a trazer clientes novos e  a tornar mais fiéis os  antigos. Abrir lojas físicas é uma maneira de chamar  a  atenção num univrso de milhares de concorrentes, no Brasil temos 45000 lojas virtuais nos EUA  , existem 650.000,para escapar da comoditização e da briga por  preços mais baixos  exige sedução e para isso as lojas físicas são as mais indicadas. O relacionamento entre  clientes é mais fácil nas lojas  físicas uma vez, que  não vendemos apenas produtos mas um agregado de valores  e  estilos de vida. Se  considerarmos produtos de marca própria a necessidade em ter uma loja física é  ainda maior pois não podem ser experimentados em nenhum outro lugar . Em um cenário em que os sites  de  e-commerce são semelhantes, as  experiências de compras vividas em lojas físicas ganham relevância, é nas lojas físicas que o cliente estabelece uma relação mais  abrangente  e pode vivenciar uma experiência memorável de compra enquanto na loja física o cliente deseja uma compra. Cabe ao varejo aproveitar as  oportunidades em oferecer opções vituais  e físicas permitindo oferecer experiências de compras nas lojas físicas ou oferecer opções para o cliente consultar um site de busca e localizar a loja que possui o produto que almeja.

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